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domingo, 24 de maio de 2020

cancelamento de jornal do SBT para não contrariar Bolsonaro é “censura descarada”

Por Marcio Maranhão
Foto: Divulgação SBT
O cancelamento do jornal do SBT para não contrariar Jair Bolsonaro, neste sábado, 23, é “censura descarada, sem pudor”, segundo o ex-deputado federal pelo PSOL-RJ Chico Alencar. O historiador lembra que isso ocorreu “pela primeira vez na História”. Ele lembrou que “a emissora pode ser privada, mas a concessão é pública” e, portanto, “isso é muito grave”.

O programa foi cancelado após Silvio Santos receber uma ligação de seu genro, Fábio Faria (PSD), que é casado com Patrícia Abravanel.

Na ligação, Faria disse ao dono do SBT que teria recebido um telefonema do Secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, reclamando da abordagem sobre o vídeo da reunião ministerial em reportagem da edição do telejornal no dia anterior. Bolsonaro teria solicitado que Wajngarten ligasse para o genro de Silvio.

Para o Planalto, o SBT Brasil acabou concluindo, em cerca de cinco minutos de reportagem, que Sergio Moro estava certo em sua denúncia de que Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal, o que teria deixado o presidente irritado.

Após falar com o genro, Silvio Santos ligou para a direção de jornalismo do SBT por volta de 16h, cancelando a edição do telejornal. Mesmo assim, os plantonistas seguiram trabalhando, atônitos, cogitando a possibilidade do patrão voltar atrás, o que não aconteceu. Às 19h30, todos foram liberados.

No lugar do telejornal, SBT exibiu a reprise do programa Triturando, em que apresentadores "trituram" famosos que cometeram atos politicamente incorretos.

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