Os presidentes Lula e Donald Trump se reuniram na tarde deste domingo (26), madrugada no horário de Brasília, na Malásia. O encontro, que durou cerca de 50 minutos, foi o primeiro entre os dois líderes desde a breve conversa ocorrida durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro.
A reunião acontece em meio à crise provocada pela imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, além das sanções a autoridades brasileiras relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após a conversa, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que os dois países concordaram em iniciar um processo de negociação sobre as tarifas, com o objetivo de abrir o diálogo ainda neste domingo. Segundo Vieira, a conversa foi “ótima”.
Na primeira parte do encontro, Lula e Trump falaram com jornalistas por cerca de dez minutos. Trump afirmou ser “uma honra” se reunir com o presidente brasileiro e disse acreditar que ambos poderão chegar a “bons acordos”.
“Vamos discutir [as tarifas] um pouco. Nós nos conhecemos bem e sabemos o que cada um quer”, declarou o presidente norte-americano.
Questionado sobre Jair Bolsonaro, Trump disse “sentir-se mal” pelo que o ex-presidente brasileiro enfrentou, mas evitou confirmar se o tema seria tratado na reunião. Também negou que a situação na Venezuela estivesse na pauta do encontro, apesar da pressão crescente dos EUA sobre o governo de Nicolás Maduro.
Lula, por sua vez, afirmou que levaria uma pauta ampla à mesa de negociações e destacou que não há motivos para tensões entre os dois países.
“Não existe razão para qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos”, declarou o presidente.
Após a reunião, o chanceler Mauro Vieira classificou o diálogo como “muito positivo” e confirmou que os países decidiram negociar a revisão do tarifaço. Segundo ele, Trump prometeu orientar sua equipe a dar início imediato às tratativas bilaterais.
“Esperamos, em pouco tempo, concluir uma negociação que trate de cada um dos setores afetados pela atual tributação americana ao Brasil”, afirmou Vieira.
De acordo com o chanceler, o governo brasileiro espera que, durante o processo de negociação, as tarifas sejam suspensas.


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