Por Marcio Maranhão
Em meio à crescente insatisfação popular, o vereador Cesar Machado se manifestou com firmeza contra o aumento da taxa de iluminação pública em Araioses, aprovado pela Câmara Municipal na sessão desta quinta-feira, 30 de outubro. “Não voto e nunca votarei nenhuma matéria contra meu povo”, declarou o parlamentar, que tem se destacado como uma das poucas vozes a ecoar os interesses da sociedade araiosense.
O Projeto de Lei Municipal n.º 771, de 27 de outubro de 2025, foi encaminhado pelo Executivo em caráter de urgência, autorizando o aumento da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP). A taxa, já considerada uma das mais altas do Maranhão, será reajustada sem qualquer garantia de melhoria no serviço, que hoje é precário: mais da metade dos povoados não possui iluminação adequada e até mesmo ruas da sede do município permanecem às escuras.
A votação, realizada sem debate público e sem tempo hábil para análise dos vereadores, escancarou o modus operandi da atual administração. O vereador Kelson do Dadá, único presente a votar contra, criticou duramente o processo: “Não temos sequer tempo para ler os projetos. Somos tratados como carimbadores da vontade do prefeito”.
Cesar Machado, ausente por compromisso na capital, lamentou não ter sido informado sobre a matéria com antecedência. “Se soubesse que pautariam tema tão relevante ao nosso povo, teria adiado minha agenda”, afirmou.
A COSIP é cobrada diretamente na conta de energia elétrica dos cidadãos, proporcional ao consumo. Com o aumento, famílias de baixa renda — que já enfrentam uma das piores rendas per capita do Brasil — serão ainda mais penalizadas. Segundo dados do IBGE, Araioses tem renda média mensal domiciliar inferior a R$ 700, e o impacto de tributos como a COSIP é devastador: consome parcela significativa do orçamento das famílias mais pobres, reduzindo sua capacidade de consumo e acesso a serviços básicos.
Atualmente, o município arrecada mais de R$ 100 mil por mês com a taxa, ultrapassando R$ 1,5 milhão por ano. No entanto, não há transparência sobre a aplicação desses recursos. A população segue às escuras — literalmente — enquanto o Executivo amplia a arrecadação sem contrapartida.
A postura de Cesar Machado reforça seu compromisso com a fiscalização e defesa dos interesses populares. Em tempos de retrocessos e decisões arbitrárias, sua atuação se torna ainda mais relevante para garantir que a voz do povo de Araioses não seja silenciada.

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