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terça-feira, 18 de abril de 2017

Índios e quilombolas são vítimas da violência no campo no Maranhão

O estado do Maranhão lidera o ranking regional da violência contra a pessoa por conflito no campo. No Nordeste supera o estado da Bahia e está muito além que outro estados como Rio Grande do Norte, com apenas 3 assassinatos em 2016.

Entre 2015 e 2016 houve aumento de 86% no número de pessoas envolvidas em conflitos agrários. O número de assassinatos também aumentou: foram 13 registrados no ano passado contra 6 em 2015. Os dados estão na Cartilha Conflitos no campo Brasil 2016 lançada nesta segunda-feira, 17, pela Comissão Pastoral da Terra, em Brasília.

A maioria das mortes ocorridas foi de indígenas das aldeias das etnias guajajara, gavião e guajá, da T.I. Arariboia que resistem à ação dos madeireiros. Do “Grupo dos Guardiões”, criado com objetivo de proteção da área a partir de fiscalização do território com intuito de coibir a extração ilegal de madeira, quatro lideranças indígenas foram assassinadas entre os meses de março e abril de ano passado.

A atuação dos “Guardiões” vinha incomodando grupos econômicos poderosos da região que em represália passaram a agir violentamente contra os índios. Na sequência foram assassinados os índios Aponuyre Guajajara, 16 (26/03); Genésio Guajajara, 30 (11/04); Isaías Guajajara, 32 (19/04) e a liderança indígena Assis Guajajara, 43 (22/04). Todos em Amarante do Maranhão.

Ainda em abril do ano passado, no município de Viana, Fernando Gamela, 22 anos, do povo gamela de Taquaritiua foi morto em circunstâncias misteriosa, mas com evidência consequência dos conflitos pela terra.

No mês de julho, o índio Candide Zaraky Tenetehar, 22 anos, foi atropelado por um caminhão cheio de madeira, estando ele parado sobre a moto e fora da rota do veículo. O motorista fugiu do local sem prestar socorro. Segundo o relatório da CPT, os Indígenas da TI Arariboia entendem o atropelamento como crime em represália às ações que fazem em seu território, contra a invasão de madeireiros ilegais.

Em Grajaú, três assassinatos nas tribos indígenas de Cana Brava e Bacurizinho da etnia guajajara também envolvem conflito com fazendeiros pela posse da terra.

Os quilombolas Zé Sapo, da comunidade Cruzeiro/Triângulo, em Palmeirândia, e a quilombola e sindicalista Francisca das Chagas, da Comunidade quilombola Joaquim Maria, em Miranda do Norte, sucumbiram pelo mesmo motivo.

Marrapá

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