Por Marcio Maranhão
Que tipo de amor é esse que Araioses desperta em alguns políticos em véspera de eleição, a ponto de até desejarem serem araiosense por um breve momento: para ser mais exato, 6 meses antes.
Depois, se ganharem, aparecem de vez enquanto, se perderem, só voltam nas eleições seguintes: dois ou quatro anos após.
Há alguns dias, alguém com certo alvoroço, veio me dizer, que o ex-prefeito de Magalhães estava na cidade já há três dias seguidos. E contava isso com certo orgulho de vassalo. Surpreso o indaguei: Ora, e ele não devia já há muito tempo morar aqui, já que desde o ano passado morre de amores por Araioses?
Ingenuidade minha, esperar tamanho sacrifício de quem, até pouco tempo atrás, não sabia nem onde ficava o mercado público do município.
O prazo final para os futuros candidatos estarem com o domicílio eleitoral estabelecido na circunscrição onde pretendem concorrer é até 6 de abril, mesma data para filiar-se a um partido político.
Mas, o que é para os políticos itinerantes, caçadores de oportunidades, apenas mera formalidade. Conceitualmente para a Justiça Eleitoral não é. E para eleitores menos ingênuos também não deveria ser.
Comprar um imóvel, ter um comprovante de endereço no município em seu nome, mas aqui só vim fazer visitas esporádicas em tempos de campanha, deve ser considerado um mau sinal, em uma história repetida e que nunca termina com final feliz para os araiosenses.
O domicílio eleitoral na circunscrição é o lugar da residência ou moradia da pessoa que requer inscrição eleitoral (conforme o Código Eleitoral), ou, segundo a jurisprudência do TSE, o lugar onde o interessado tem vínculos, sejam políticos, econômicos, sociais ou familiares. É preciso residir na localidade há pelo menos três meses ou ter completado no mínimo um ano da data do alistamento eleitoral, ou da última transferência do documento. Após o fechamento do cadastro eleitoral, também não será admitida nenhuma mudança de endereço.
Neto, a dez dias do prazo limite, tem uma casa em Araioses, que funciona como escritório eleitoral, mas morar mesmo, na antes, enjeitada e agora desejada Araioses, é pedir demais para quem ainda não tem as chaves do cofre da prefeitura.
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