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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Ciro Gomes é o mais preparado e único verdadeiramente ficha limpa dos presidenciáveis

Ciro Gomes poderá ser, sim, a salvação do País

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Analisando duas entrevistas do ex-prefeito, ex-governador, ex-deputado e ex-ministro Ciro Gomes no programa Mariana Godoy Entrevista realizadas respectivamente em dezembro de 2015 e no último dia 3 desse mês, pude perceber um político mais maduro e preparado para "Puxar as rédeas do Brasil, antes que ele caia no precipício", como ele mesmo disse.

Com 36 anos na vida pública sem responder a nenhum inquérito criminal, o cearense é ficha-limpa e tem uma visão muito clara da real situação político-econômica do nosso Brasil. Como um mago que vê tudo em sua bola de cristal, ele parece ter a fórmula certa e real para, de fato, colocar o País novamente nos trilhos.

O político fala com uma propriedade ímpar de quem conhece todos os meandros da política, seus personagens, como eles agem e de que forma tentam mascarar a verdade para aparecer na mídia.

Sem papas na língua, Ciro disse a Mariana Godoy, na primeira entrevista, que foi processado por Eduardo Cunha por chamá-lo de ladrão e ter tentado denunciá-lo várias vezes quando era deputado federal. E fez mais: nesse processo movido por Cunha, afirmou que Temer foi arrolado como testemunha principal do deputado: "Eu chamei Eduardo Cunha de ladrão na Câmara, fui processado por ele, repeti na Justiça e pra meu constrangimento (e o Brasil precisa saber disso) ele nomeou como testemunha o Michel Temer, sócio em tudo o que você puder imaginar dele".

Sobre os colegas políticos, Ciro foi lacônico: "A população tem a sensação de que o mundo político é um pardieiro de pilantras sem exceção e isso é muito grave. Porque não é assim... e democracia não é um regime de concessão, é um regime de conquista. Então nosso povo precisa fazer um esforço pra selecionar e separar o joio do trigo. Nenhum anjo vingador vai fazer isso por nós... A rigor todos os políticos tem que ser decentes, como a maioria esmagadora do povo é... E se há uma sensação que todos são pilantras, alguma coisa está errada conosco que votamos."

Bem diferente daquele candidato a Presidente da República em 1998 (que ficou em terceiro colocado com 7.426,190 votos) e em 2002 (quando ficou em quarto lugar, com 10.170,882 votos). Ciro Gomes percebeu, ao longo dessa estrada, que não existe nenhuma fórmula mágica para resolver a crise político-jurídico-midiática brasileira. O que existe é pulso forte, planejamento e força de vontade, para não sucumbir as pressões dos abutres políticos (que lutam por interesses próprios em detrimento aos do País), nesse caso específico da presidente Dilma Rousseff, foi dessa forma que grande parte do PMDB agiu ao longo desses dois mandatos.

Impressiona como Ciro e eu pensamos iguais no que tange à culpabilidade da situação atual do Brasil. Com todas as letras ele disse: "Se não fosse a tragédia eu gostaria de dizer: bem feito! Cansei de dizer pro Lula, pra Dilma e pros companheiros, que não é prudente, não é racional, não é responsável com o País, colocar o PMDB na linha de sucessão." Certíssimo ele, todos foram diversas vezes avisados e como disse Ciro, "nada fizeram." Tudo bem que o PMDB é o partido com maior representatividade no País, mas ceder as chantagens de Cunha, Elizeu Padilha, Romero Jucá e Temer, foi simplesmente cavar a própria cova rasa, creio eu.

Sobre a diferença entre o Impeachment de Collor e o de Dilma ele esclarece: "O do presidente Collor fortaleceu muito a cultura democrática brasileira. Houve um consenso, as grandes instituições centrais do País, aquelas que não têm lado e que estão sempre do lado do povo como: OAB, ABI, CNBB, CUT e UNE, essas instituições todas estavam todos do mesmo lado. Houve absoluto consenso no País por aquele impeachment.

Esse (da Dilma) não, esse é um aprendizado como uma escalada que em vez de meter um sargentão pra quebrar a regra democrática, você encontra um pretexto, e vai via fragilidades do próprio sistema tentando criar uma aparência de legalidade, no que é um golpe puro e simples. E completa: "A presidenta Dilma é honrada, não cometeu crime nenhum. Impeachment não é remédio pra governo ruim."

A análise acima é perfeita; e atenção, ela merece monção de aplausos na Câmara e Senado como forma de compensação pela tragédia política que criaram. Era o mínimo que poderia ser feito, após o engodo da aceitação do processo de Impeachment de uma presidenta completamente honesta, no Congresso Nacional.

Ciro não economiza em suas palavras pra dizer que Dilma errou, fez muitas coisas ruins, não ouviu conselhos e algumas vezes foi até transigente para agradar os políticos. Esse mea-culpa que se referiu, infelizmente não foi realizado por ela. Deveria, mas não aconteceu! Ele disse que a presidenta deveria ter dito naquele momento auge da crise:

"Olha meu irmão eu estou aqui arrostando impopularidade, tô sentindo a sua incompreensão... é transigi, nomeei ministros, dei pra trás, me humilhei pra tentar trazer o País em Paz. Agora chega! Taí a economia indo pro brejo, taí os empregos sendo ameaçados, os salários já não dá conta de pagar a perspectiva de consumo que a população, muito justamente adquiriu ao longo dos últimos 12 anos, tá tudo dando pra trás, e eu preciso trabalhar... E desde o dia que eu tomei posse tem um grupo de deputados, senadores e de políticos que não me deixam trabalhar... E eu preciso agora que o Congresso das duas uma: Ou arquive ou bote pra frente esse processo, pra que eu preciso me defender."

Concordo, faltou a presidenta afastada chamar a crise política pra si e pressionar o Congresso a resolver logo essa pendenga ainda em 2015. Só que não, Dilma ficou na retaguarda até as últimas semanas quando percebeu que o Golpe já estava muito bem arquitetado.

Em sua segunda aparição no programa da Mariana Godoy (no início desse mês), Ciro estava mais tranquilo e comedido do que antes. Não economizou nas palavras pra dizer que apesar de ter muita gente boa, o PMDB se caracterizou ultimamente como uma quadrilha de salteadores... E já foi mandando antes de qualquer coisa depois de uma boa noite, um redondo e direto "Fora Temer."

Afirmando ter finezas com Sarney e reconhecendo a sua importância para o Pais após a morte de Tancredo Neves, Ciro poupou o ex-presidente, afirmando que ele foi manipulado pelo Sérgio Machado no episódio das gravações. "Michel Temer é o testa-de-ferro, nunca foi o chefe de nada... ele é o homem do Eduardo Cunha, que repartia com grandes traumas o comando dessa outra ala do PMDB , Renan, Romero Jucá, Eunício Oliveira. Se o Moro for severo, não fica um."E reiterou : "Michel Temer é o capitão do golpe... ele precisar explicar os 2 milhões em patrimônio imobiliário do seu filho (Michelzinho) com apenas 7 anos, numa zona nobre de São Paulo... Precisa explicar a origem desse dinheiro".

Sobre uma possível candidatura em 2018, Ciro Gomes disse que vai pensar mil vezes antes de ser candidato, porque as coisas pioraram hoje em dia e, que pelo seu jeito de ser (de pensar, de falar e de defender as coisas), é praticamente inumana. Ele acha que irá sofrer "o pão que o diabo descascou."

Em sua modéstia nordestina, ele que é muito preparado, sabe da difícil tarefa de dirigir um País, após o advento da operação Lava-Jato, que se ramifica em vários escândalos de corrupção no País inteiro, e que envolve além dos colegas políticos, grandes empresários da construção civil nacional.

Falar de Ciro Gomes em sua essência daria uma grandiosa tese de doutorado, mas vou tentar colocar aqui as impressões que tenho dele, ante ao cenário político atual. Dilma foi afastada e dificilmente retornará (após esse desgaste) ao poder. Lula sofreu tanto quanto ela um desgaste político e emocional incomensurável, o que pode inviabilizar a sua própria candidatura nas próximas eleições, mesmo com um crescimento vertiginoso nas pesquisas. Já Michel Temer e os erros que sua equipe instável vem cometendo, no afã de "mostrar serviço ao Brasil", dificilmente terá a sua permanência será efetivada. Qual seria o caminho então para o País? Acredito que será a aprovação de eleições gerais pelo Congresso ainda este ano, e explico o porquê:

1- Quem apoiou a abertura do processo de Impeachment na Câmara (alguns indecisos), no Senado (a maioria deles) e nas ruas (paneleiros) já se arrependeu. Trocaram seis por menos de meia dúzia.

2- O desgaste político do governo Dilma (nos escândalos de corrupção) e a administração interina desastrosa de Temer criaram mais instabilidade, aumentando a crise político-econômica brasileira.

Diante desse cenário horroroso, Ciro Gomes é sem sombra de dúvida, um bom nome a ocupar o Palácio do Planalto, por tudo que foi dito acima e mais, por ser uma nova esperança para esse povo tão cansado e descreditado nessas promessas eleitoreiras. Um cidadão honrado, com uma história política construída de forma ilibada e sólida. Um ficha-limpa que poderá ser sim, se ele desejar, aquele anjo que irá salvar o Brasil.

Alguém duvida disso?

Por RICARDO FONSECA

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