Números da violência são estarrecedores, diz ministra das Mulheres, Márcia Lopes, em entrevista à Voz do Brasil desta quarta (3), ao lembrar que os casos de feminicídio em 2025 já chegam a 1.177. Quase 2 mil denúncias de situações de violência são recebidas por dia no Ligue 180
Cerca de 2 mil denúncias são recebidas por dia no Ligue 180 com uma ocorrência de violência contra a mulher, são denúncias desde uma agressão menor até estupros, tentativas de violência física, violência política, violência patrimonial. No ano passado, 1.492 casos de feminicídio e mais de 3.800 tentativas foram registrados. Neste ano o número já chega a 1.177. Os dados foram divulgados pela ministra das Mulheres, Márcia Lopes, em entrevista à Voz do Brasil desta quarta-feira (3/12).
Para a ministra, os dados são estarrecedores e fazem parte de uma cultura que vem se estabelecendo na história da sociedade. "Então, não podemos, jamais naturalizar essa situação, como parte da sociedade acaba fazendo ao longo dos anos", destacou.
É inacreditável essa cultura, quase que incorporando a violência como um ato normal de uma relação, pelo machismo, pela misoginia, por tudo aquilo que a gente tem historicamente na sociedade", acrescentou a ministra.
A ministra destacou também a importância dos estados e municípios, de o assunto ser debatido dentro de todos os espaços, para todas as idades. "Eu já fui pra 18 estados nesses seis meses de trabalho à frente do ministério, falando com governadores, com prefeitas e prefeitos, tenho solicitado que as entidades municipalistas chamem todos os prefeitos e prefeitos, porque eu quero me encontrar com eles. Porque eu tenho dito: se cada gestor falasse todo dia neste município. Isso já mudaria muito", pontuou Márcia Lopes.
"Porque dialoga com as escolas, as unidades básicas de saúde, os Creas, as Câmaras de Vereadores. O município fala com as entidades, com as igrejas, e é isso que a gente precisa: entender que essa questão da violência contra a mulher é uma questão histórica, é uma questão da sociedade, de muita responsabilidade de todos, como disse o próprio presidente, de entender o que está acontecendo com os homens quando nos defrontamos com uma situação, qualquer situação de violência que seja, da mais simples à mais grave, que é o feminicídio", explicou.
Ao citar Lula, a ministra faz referência ao compromisso assumido na manhã desta quarta em cerimônia no Ceará, onde o presidente prometeu se engajar em um movimento pelo enfrentamento da violência de gênero. "Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, 80 anos de idade, vou liderar o movimento dos homens que prestam nesse país para que a gente possa defender as mulheres brasileiras", afirmou o presidente Lula.
Agência Gov

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