Marcelo Rubens Paiva criticou a demora do STF em revisar a Lei da Anistia, afirmando que a situação o “envergonha”. Durante evento na USP sobre os 40 anos da redemocratização, o escritor questionou a ministra Cármen Lúcia: “Por que o Supremo precisou esperar tanto tempo para julgar essa lei? Isso me envergonha.”
Ele lembrou a luta de sua mãe, Eunice Paiva, contra a anistia concedida aos torturadores da ditadura e destacou que o responsável pela tortura de seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, segue impune. “O torturador do meu pai ainda está vivo, morando em Botafogo e recebendo aposentadoria. Dos seis acusados, três já morreram, dois ainda vivem.”
Marcelo também se manifestou contra a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “É urgente que se vote a Lei da Anistia e, mais que isso, que não haja anistia a golpistas. Sem anistia.” Ele alertou para a necessidade de mobilização popular e convocou a sociedade para agir. “Precisamos voltar às ruas.”
Cármen Lúcia não respondeu diretamente às críticas de Marcelo. Em sua fala, mencionou a luta de sua geração pela anistia e a necessidade contínua de fortalecimento da democracia. “Lutamos pela anistia, queríamos uma ampla, geral e irrestrita.” No entanto, evitou comentários sobre o julgamento de Bolsonaro e a revisão da Lei da Anistia.
Com informações da Folha de São Paulo
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