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sábado, 1 de novembro de 2025

Por distanciamento das bases, Camarão pode ter o PT, mas não os petistas

Filipe Camarão oficializou sua pré-candidatura ao governo do Maranhão com apoio do PT nacional, mas enfrenta críticas internas por negligenciar as bases sociais e militantes do partido no estado.
Por Marcio Maranhão
O vice-governador do Maranhão, Filipe Camarão (PT), oficializou recentemente sua pré-candidatura ao governo do estado para as eleições de 2026. Com o respaldo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, Camarão se apresenta como herdeiro político do ex-governador Flávio Dino e defensor da continuidade do projeto iniciado por Dino no estado. No entanto, apesar do apoio institucional, sua relação com os militantes e bases sociais do PT maranhense tem sido marcada por críticas e ressentimentos.

Durante sua trajetória como secretário de Educação e, posteriormente, como vice-governador, Camarão acumulou queixas por parte de lideranças locais e movimentos sociais ligados ao partido. Militantes apontam que ele nunca priorizou o diálogo com os diretórios municipais, associações comunitárias e sindicatos que historicamente sustentam o PT no Maranhão. “Ele sempre esteve mais próximo dos gabinetes do que das ruas”, afirmou um dirigente petista de São Luís, que preferiu não se identificar.

Em Araioses, município com forte presença petista e diversas associações ligadas ao partido, o distanciamento ficou evidente. Segundo relatos de militantes locais, quando Camarão visitou a cidade, optou por se reunir com políticos tradicionais — alguns dos quais hoje já sinalizam apoio a outros pré-candidatos — e ignorou o diretório municipal do PT e as dezenas de entidades que apoiam o partido na região. “Ele tomou café com quem agora virou as costas pra ele, enquanto nós, que sempre estivemos na luta, fomos ignorados”, lamentou uma militante do município ouvido pelo Blog.

Em entrevista recente, Camarão afirmou que sua candidatura é fruto de um projeto construído desde os tempos em que Dino governava o estado, e que pretende focar em educação, geração de emprego e renda. No entanto, para muitos petistas, falta-lhe o principal: escuta e presença junto às bases que sustentam o partido historicamente.

A pré-campanha de Camarão, embora fortalecida institucionalmente, corre o risco de se tornar uma candidatura solitária dentro do próprio partido. Como resumiu um militante nos grupos internos: “Ele pode ter o PT, mas não tem os petistas”.

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