Rio Magú |
Por Marcio Maranhão
É preocupante a situação dos rios por todo o Brasil, uma abrangente pesquisa da ONG ambientalista SOS Mata Atlântica divulgada neste 22 de março, Dia Mundial da Água, comprova que pouco se tem feito para preservar este bem essencial à vida lá na sua origem — os rios, córregos e lagos do país.
O levantamento mediu a qualidade da água em 289 pontos de coletas distribuídos em 76 municípios de 11 estados brasileiros e do Distrito Federal e constatou que nada menos do que 36,3% dos pontos analisados apresentam qualidade ruim ou péssima.
Outros 59,2% estão em situação regular, o que significa um estado de alerta. Do total, apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%). Nenhum, porém, foi avaliado como ótimo.
Em Araioses, há anos uma obra na cabeceira do Rio Santa Rosa vem se arrastando e causando inúmeros transtornos a população, que já foi uma das maiores produtoras de arroz e bananas da região e por conta da qualidade da água que salga todos os anos no verão, ver-se obrigada a comprar quase tudo, desde a cebolinha ao feijão de todos os dias de outros municípios porque qualquer cultivo na maior parte do ano é praticamente impossível.
O Rio Magú que fornece a água para saciar a sede dos araiosenses é outro abandonado, sem fiscalização suas margens servem de lixeiro e constantes interrupções em seu canal matam a força do rio e sua capacidade de se renovar. Em sua nascente, as águas cristalinas ameaçam não mais brotar a qualquer momento, com os frequentes desmatamentos, trânsito de animais de grande porte e negligência dos governos dos municípios beneficiados como Santana, Água Doce e Araioses.
Em alguns pontos a água recuou vários metros, e, mesmo nesse período de chuvas a situação parece está longe de ser amenizada.
Paralelo a isso, a falta de consciência da população e a deseducação ambiental das próximas gerações nos três municípios não permitem um vislumbro de um futuro mais esperançoso. Um trabalha intenso de mudança de paradigma no uso consciente da água e no cuidado dos nossos rios se começassem hoje, estaremos muito atrasados e levaríamos décadas para observar os primeiros sinais de melhoras. Mas nenhum ponta pé inicial foi dado até o momento...
Com informações do portal Exame