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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Maranhão Mais Conectado avança em nova etapa de missão junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento

A Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI) segue à frente da execução do Programa Maranhão Mais Conectado, iniciativa do Governo do Estado que visa expandir a conectividade e promover a inclusão digital em todo o território maranhense.

Nesta segunda-feira (27), teve início mais uma missão de análise técnica do programa junto dos representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com a participação de representantes da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), da União Europeia e de diversos órgãos do governo estadual.

Esta etapa marca mais uma planejamento estratégico, revisão técnica e aprimoramento dos componentes do programa, garantindo que cada fase seja conduzida com eficiência, sustentabilidade e transparência.

Durante os encontros desta semana, serão discutidos temas fundamentais, como a revisão dos objetivos, componentes e produtos do programa, além da atualização da matriz de resultados e do modelo econômico de exploração e sustentabilidade. Também estão na pauta o modelo de exploração industrial do cabo submarino e da rede terrestre, a avaliação de sustentabilidade econômica e ambiental, e a identificação de possíveis contratações diretas.

No segundo dia da missão, as discussões se concentrarão em temas de sustentabilidade socioambiental e critérios ESG, com destaque para a análise de impacto ambiental e social, o plano de gestão e engajamento das partes interessadas, o plano de biodiversidade e a consulta prévia aos povos indígenas.

O encerramento da missão está previsto para o dia 29 (quarta-feira), com visitas de campo a localidades estratégicas, onde será possível observar de perto as condições e impactos esperados do projeto.

“O Maranhão Mais Conectado é um marco na transformação digital do estado. Cada etapa da missão é uma oportunidade de aperfeiçoar o programa, garantindo que ele cumpra sua função social e promova desenvolvimento sustentável para os maranhenses”, destacou o presidente da ATI, Leandro Costa.

Com o apoio do BID, da AFD e da União Europeia, o Maranhão Mais Conectado reafirma o compromisso do Governo do Maranhão em levar internet de qualidade a escolas, unidades de saúde, órgãos públicos e comunidades, ampliando o acesso à tecnologia como ferramenta de cidadania e inclusão.

Polícia Civil do Maranhão prende em Barreirinhas líder de facção com três condenações por homicídio e organização criminosa

A Polícia Civil do Maranhão prendeu, nesta segunda-feira (27), em Barreirinhas, um dos líderes de uma facção criminosa com atuação na Grande Ilha. Conhecido como Mustafá, o homem estava foragido e foi localizado por equipes da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), por meio do Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO).

A prisão foi realizada em cumprimento a mandado condenatório pelos crimes de homicídio tentado e consumado. O condenado acumula três sentenças judiciais.

A primeira delas foi proferida pelo Tribunal do Júri de São Luís, que o sentenciou a 10 anos de reclusão pela participação no assassinato do policial civil Cristiano Azevedo da Mota e por uma tentativa de homicídio contra um homem, ocorridos em 2012, no bairro Sá Viana.

A segunda condenação veio da 1ª Vara de Paço do Lumiar, que determinou 10 anos o por participação em organização criminosa - caso relacionado aos ataques a ônibus registrados em São Luís, em setembro de 2016. Já a terceira, em primeira instância, prevê pena superior a cinco anos de reclusão em regime semiaberto.

Mustafá ainda é réu em um processo que o julga por homicídio qualificado na 2a Vara de São José de Ribamar.
De acordo com as investigações, Mustafá tem relação com uma facção de origem carioca que promove o chamado “Baile de Israel”, evento já realizado no Maranhão.

Durante a prisão, na residência dele em Barreirinhas, os policiais apreenderam um veículo de luxo e uma moto aquática, além de aparelhos celulares que vão auxiliar na continuidade das investigações.

Prefeito pague o cantor: Prefeito Neto Carvalho da calote em artista contratado para o carnaval 2025

Circula na internet dois vídeos do cantor e compósitos DG Douglas, em que o próprio artista revela a sua incansável luta junto a prefeitura de Araioses, para receber o seu cachê, devido em razão de apresentação no Carnaval 2025 realizado pela administração Neto Carvalho. Em outro vídeo, o artista chega a relatar que já havia recebido calote antes da mesma administração, mas explica que vive da sua arte e por isso insistiu na esperança de receber e poder pagar os demais profissionais que trabalham em sua equipe.




Vereadores solicitam investigações sobre supostas irregularidades no município

Pensou que eram os vereadores de Araioses. Se enganou. A atuação é dos parlamentares de Palmeirândia. Igualmente pagos pelo contribuinte para fiscalizar as ações do prefeito, lá, ao contrário daqui, os vereadores têm feito o seu trabalho.

Vereadores de Palmeirândia solicitam investigações sobre supostas irregularidades no município.
O procurador-geral de justiça, Danilo de Castro, recebeu, na tarde desta quinta-feira, 23, a visita de uma comitiva de vereadores da cidade de Palmeirândia. Os parlamentares solicitaram o apoio do Ministério Público do Maranhão para apurar supostas irregularidades na administração municipal.

Participaram da reunião os vereadores Sivaldo, Roseno e Leco da Ilha Terceira. A professora Érica de Cássa, representante do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Palmeirândia (Sindserpp), igualmente participou do encontro. Eles foram acompanhados de uma equipe de advogados.

Danilo de Castro informou que o MPMA está aberto a colaborar com as investigações necessárias para apurar os fatos.

Redação e foto: CCOM-MPMA

Latam inicia rota inédita de voo entre Aeroporto de São Luís e Congonhas, em São Paulo

Começou a operar nesta segunda-feira (27), a nova rota de voo regular entre o Aeroporto de São Luís e o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O novo voo será operado pela Latam Airlines em aeronaves Airbus A320 com capacidade para 176 passageiros.

Antes da decolagem do primeiro voo da rota entre São Luís (SLZ) - Congonhas (CGH), realizado às 14h45, aconteceu o evento de lançamento para celebrar a conexão inédita para o aeroporto paulista.

A secretária de Estado do Turismo, Socorro Araújo, esteve presente no evento, realizado no setor de embarque do aeroporto de São Luís, representando o governador Carlos Brandão.
"Essa nova rota vem facilitar a conectividade do Maranhão com o estado de São Paulo trazendo desenvolvimento econômico para o nosso estado, por meio do aumento do fluxo e da competitividade dentro do mercado. Nós estamos em expansão, no que diz respeito ao fluxo de turistas visitando o Maranhão, e essa rota é estratégica para consolidação do estado como destino turístico, haja vista, São Paulo é um importante hub turístico, tanto por ser o principal emissor de turistas para o Maranhão, como ponto de chegada de visitantes internacionais no Brasil. Essa nova conexão possibilita o crescimento do turismo no Maranhão através do aumento do fluxo de turistas e de negócios também", analisou a secretária.
Durante o evento do voo inaugural foi realizado o corte da fita para celebrar a nova operação que vem fortalecer o turismo maranhense.

O gerente de Negócios Aeroportuários e Infraestrutura da Latam Brasil, Marcus Campos, destacou que a nova rota atende uma demanda antiga dos passageiros maranhenses. Segundo Campos, o aeroporto de São Luís está entre os que mais cresceram proporcionalmente no país em 2025.
“Normalmente os passageiros do Maranhão têm horários inconvenientes, na madrugada. Esse é um voo diurno, chegando ao principal aeroporto de São Paulo. A gente nota o interesse pelo Maranhão como destino turístico, e isso naturalmente nos motiva a ampliar essa conectividade”, afirmou.
Ainda segundo Campos, a expectativa é que, com a boa aceitação da rota São Luís–Congonhas, tenha a possibilidade de ampliação de frequências em 2026. “Ainda é uma rota nova, mas está no radar do nosso time para futuras oportunidades”, finalizou.

Para o gerente do Aeroporto de São Luís, Marcelo Angelim, “a conectividade entre São Luís e Congonhas fortalece a integração da nossa capital com São Paulo e abre novas possibilidades para fortalecer ainda mais o turismo, o comércio e os negócios”.

PMMA apreende 42 kg de maconha e prende quatro suspeitos em Grajaú

A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) apreendeu, nesse domingo (26), 41 tabletes de maconha, o equivalente a aproximadamente 42 quilos da droga, em uma ação realizada na BR-226, próximo à entrada do povoado Alto Brasil, no município de Grajaú. Quatro suspeitos foram presos em flagrante e foram autuados por tráfico de drogas.

A ocorrência foi conduzida por equipes do 37º Batalhão da PMMA e contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Barra do Corda e também do 18º Batalhão da PMMA. Durante a abordagem, os policiais encontraram, além da droga, três veículos e uma espingarda, que foram apreendidos e encaminhados para a Delegacia Regional de Grajaú.

De acordo com a PMMA, a apreensão é resultado do trabalho contínuo de monitoramento de rotas utilizadas para o transporte de drogas entre municípios maranhenses. Ações conjuntas com a Polícia Rodoviária Federal e outras unidades têm contribuído para ampliar a capacidade de resposta e o combate ao tráfico.

As prisões e apreensões em Grajaú integram o conjunto de ações realizadas pelas forças de segurança do estado, que têm intensificado a fiscalização em rodovias e áreas estratégicas para coibir o crime, combater as organizações criminosas e garantir mais segurança para a população.

Governo anuncia pacote de benefícios para servidores públicos estaduais

O feriado para os órgãos públicos pelo Dia do Servidor Público, celebrado no dia 28 de outubro, foi antecipado para esta segunda-feira (27) pela gestão estadual. A data também marca um importante anúncio para a categoria: um pacote de benefícios para os servidores públicos estaduais, incluindo a possibilidade de credenciamento ao Plano Geral de Carreiras e Cargos de 2012, dando uma nova chance aos que não aderiram.

O anúncio foi feito pelo governador Carlos Brandão na manhã desta segunda-feira e foi acompanhado por uma mensagem de agradecimento à categoria.

“Gente trabalhadora, dedicada e que faz o Maranhão acontecer todos os dias. Meu primeiro recado é de gratidão. Muito obrigado por tudo que vocês fazem. E, junto com esse agradecimento, trago boas notícias. Estamos avançando em várias frentes que valorizam o servidor. A primeira é a reabertura do prazo para credenciamento ao Plano Geral de Carreiras e Cargos de 2012”, informou.

As medidas em prol dos servidores incluem, ainda, um conjunto de ações na saúde. Os servidores que fazem uso do Fundo de Benefícios dos Servidores do Estado do Maranhão (Funben) terão melhorias no atendimento do plano de saúde. O Hospital do Servidor está sendo reformado e ampliado para aumentar o número de enfermarias, leitos de UTI, setor pediátrico e as especialidades oferecidas.

Na área de assistência médica domiciliar, a gestão estadual trabalha na implantação do serviço de home care. Além disso, a Grande Ilha passará a contar com quatro ambulâncias, incluindo uma equipada para atendimento neonatal e outras duas como UTI. Também será ampliado o atendimento com telemedicina e consultas remotas.

O atendimento de servidores que precisam do serviço de hemodiálise será ampliado. O número de cadeiras exclusivas para servidores passará de 25 para 50, dobrando a capacidade de atendimento atual.

Foram anunciados ainda avanços para a área de obstetrícia, com a inclusão de unidades da rede privada para atendimento das servidores públicas estaduais.

“Para as nossas servidoras grávidas, vem aí um pacote completo de acompanhamento: pré-natal, parto e pós-parto em clínicas e maternidades particulares credenciadas. Eu tenho muito orgulho de governar ao lado de pessoas que cuidam da população e fazem o Estado funcionar com compromisso”, finalizou o governador.

Vereador mandou matar desafeto por R$ 100 mil

A política na maioria das cidades do interior do Maranhão não mede consequências quando o assunto é os próprios interesses dos políticos. Mandar matar ou usar a justiça para silenciar adversários, é quase uma regra.
Vereador Kaká do Frigo Sá vira réu acusado de encomendar morte de homem.
O vereador de Timon, Luís Carlos da Silva Sá, conhecido como Kaká do Frigo Sá, virou réu na Justiça acusado de ser o mandante de um homicídio ocorrido em janeiro de 2023, no povoado São Severino, zona rural do município de Matões, no Maranhão. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Maranhão e recebida pela juíza Cinthia de Sousa Facundo, em 18 de setembro. Na denúncia, a magistrada considerou haver indícios suficientes de autoria e materialidade do crime para o prosseguimento da ação penal.

Conforme a denúncia, Kaká do Frigo Sá, juntamente com Gilfran Sá da Silva, vulgo “Caidão”, e Gildásio da Silva Sá, o “Véio Zé de Sá”, encomendaram o assassinato de Antônio de Pádua Cunha Santos, conhecido na região como “Antônio de Pádua”, oferecendo R$ 100 mil de recompensa aos executores.

– Detalhes do crime
O homicídio ocorreu na madrugada de 15 de janeiro de 2023, por volta das 3h, nas proximidades do Clube Pedro Mônica, no povoado São Severino. Segundo o MP, a vítima estava acompanhada de amigos e da namorada quando foi surpreendida por um grupo armado em uma caminhonete branca.

Os disparos foram efetuados por Francisco Pereira da Silva, vulgo “Francinaldo”, Agenor Vieira Gomes Filho, vulgo “Agenorzinho”, e Rogilson Barbosa Morais e outro homem não identificado.

Durante o confronto, Antônio de Pádua reagiu e conseguiu alvejar Rogilson, que morreu no local.

As investigações apontam que o crime teria sido motivado por vingança, já que os mandantes acreditavam que Antônio de Pádua foi o responsável pela morte de Antônio Carlos Gomes de Abreu, conhecido como “Carlinhos”, cunhado de um dos acusados.

– “Carlos Cigano” é um dos executores do crime
Amigo do vereador Kaká do Frigo Sá,
 Carlos Cigano é apontado como
 um dos executores do crime.
Amigo do vereador Kaká do Frigo Sá, Carlos Cigano é apontado como um dos executores do crime.

O Ministério Público também denunciou Carlos Roberto Pereira, conhecido como “Carlos Cigano”, por supostamente ter cedido sua propriedade rural para dar apoio logístico aos autores do crime em diferentes momentos da execução.

A Justiça determinou ainda que a autoridade policial junte laudos e relatórios pendentes e prossiga com outras investigações relacionadas, incluindo um inquérito paralelo sobre um crime de furto.

Kaká do Frigo Sá e os demais acusados passam oficialmente à condição de réus e deverão responder ao processo por homicídio qualificado, previsto no artigo 121, §2º, incisos I e IV, do Código Penal, que trata de homicídio cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. O vereador, que teve seu afastamento realizado sem remuneração na Câmara Municipal de Timon, ainda não foi preso.

Carlos Cigano, apontado como um dos executores do crime. O indivíduo possui uma vasta ficha criminal, e já foi condenado a 73 anos e 10 meses de prisão por ordenar uma chacina na cidade de Nova Araguaína, no estado do Tocantins, ocorrida em 2012. As vítimas eram todas da mesma família. Carlos Cigano já foi candidato a vereador em Matões, no Maranhão.

– Vereador continua foragido
O vereador Kaká do Frigo Sá segue foragido. Em 13 de setembro, a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) deflagrou uma operação para capturá-lo, mas não conseguiu localizar o parlamentar.

domingo, 26 de outubro de 2025

DEU MATCH

Os presidentes Lula e Donald Trump se reuniram na tarde deste domingo (26), madrugada no horário de Brasília, na Malásia. O encontro, que durou cerca de 50 minutos, foi o primeiro entre os dois líderes desde a breve conversa ocorrida durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro.

A reunião acontece em meio à crise provocada pela imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, além das sanções a autoridades brasileiras relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Após a conversa, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que os dois países concordaram em iniciar um processo de negociação sobre as tarifas, com o objetivo de abrir o diálogo ainda neste domingo. Segundo Vieira, a conversa foi “ótima”.

Na primeira parte do encontro, Lula e Trump falaram com jornalistas por cerca de dez minutos. Trump afirmou ser “uma honra” se reunir com o presidente brasileiro e disse acreditar que ambos poderão chegar a “bons acordos”.

“Vamos discutir [as tarifas] um pouco. Nós nos conhecemos bem e sabemos o que cada um quer”, declarou o presidente norte-americano.
Questionado sobre Jair Bolsonaro, Trump disse “sentir-se mal” pelo que o ex-presidente brasileiro enfrentou, mas evitou confirmar se o tema seria tratado na reunião. Também negou que a situação na Venezuela estivesse na pauta do encontro, apesar da pressão crescente dos EUA sobre o governo de Nicolás Maduro.

Lula, por sua vez, afirmou que levaria uma pauta ampla à mesa de negociações e destacou que não há motivos para tensões entre os dois países.

“Não existe razão para qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos”, declarou o presidente.

Após a reunião, o chanceler Mauro Vieira classificou o diálogo como “muito positivo” e confirmou que os países decidiram negociar a revisão do tarifaço. Segundo ele, Trump prometeu orientar sua equipe a dar início imediato às tratativas bilaterais.

“Esperamos, em pouco tempo, concluir uma negociação que trate de cada um dos setores afetados pela atual tributação americana ao Brasil”, afirmou Vieira.

De acordo com o chanceler, o governo brasileiro espera que, durante o processo de negociação, as tarifas sejam suspensas.

sábado, 25 de outubro de 2025

Excesso de quebra-molas na MA 312 pode dificultar a chegada do progresso aos povoados por onde a via passa

ARAIOSES/MA – A recente inauguração do trecho final de 16 km da MA 312, que integra plenamente os municípios de Água Doce e Araioses, foi recebida com entusiasmo. A obra encurta significativamente a distância na chamada "Rota das Emoções", um corredor turístico de beleza ímpar que conecta os Lençóis Maranhenses e o Delta das Américas, no Maranhão, a Jericoacoara, no Ceará. No entanto, o que deveria ser um caminho livre para o desenvolvimento e o turismo pode se tornar um trajeto lento e desgastante, graças a proliferação desmedida de quebra-molas.

A nova rota, que tem 75 km entre Araioses e Tutóia (passando por Água Doce), é, em tese, muito mais vantajosa que a antiga, que obrigava os motoristas a dar uma volta de 135 km, passando por Cana Brava. Na prática, porém, muitos condutores preferem a rota antiga, mais longa, para evitar o martírio de tantas lombadas.

O trecho de aproximadamente 25 km entre Barro Duro, em Tutóia, e Água Doce, já é marcado pela presença de cerca de 50 redutores de velocidade. Com a inauguração do novo trecho, empresários e lideranças locais temem que o número total de quebra-molas ao longo de toda a MA 312 chegue à marca de cem.
Para o turista, que não transita com frequência pela estrada, o excesso desses dispositivos, muitos deles mal sinalizados ou construídos fora dos padrões, representa um risco. "Para o visitante, um quebra-molas mal pintado, sem placa de sinalização e em excesso é mais um instrumento de insegurança do que de proteção", afirma um relatório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que alerta para o aumento de acidentes em vias com essas características. Em 2022, época do levantamento, o DNIT registrou mais de 200 ocorrências em estradas estaduais e federais do Nordeste relacionadas a colisões traseiras e perda de controle devido a lombadas irregulares.

SEGURANÇA NO TRÂNSITO SE FAZ COM EDUCAÇÃO

A justificativa mais comum para a instalação dos quebra-molas é a segurança, especialmente em áreas urbanas e de grande fluxo de pedestres. No entanto, especialistas em tráfego ressaltam que a solução permanente passa por educação e fiscalização.

Na MA 312, o problema de fundo é cultural e social. É comum ver menores de idade dirigindo veículos, motocicletas trafegando sem a devida cautela e animais soltos na pista. Além disso, a combinação criminosa de álcool e direção ainda é uma realidade preocupante nas comunidades rurais. Nesse contexto, os quebra-molas surgem como uma solução paliativa e, por vezes, perigosa, para problemas que exigem campanhas educativas contínuas e presença constante do poder público.

"O que realmente traz segurança é a educação no trânsito, inclusive da comunidade local. Quando a população entende os riscos de deixar menores dirigir, de criar animais soltos e de misturar álcool e volante, naturalmente a velocidade excessiva deixa de ser a principal preocupação", analisa um agente de trânsito ouvido pelo Blog Marcio Maranhão.

O PREJUÍZO AO PROGRESSO

O potencial turístico da região é inegável. A Rota das Emoções é um dos destinos mais cobiçados do Brasil. No entanto, o excesso de obstáculos na MA 312 pode estar afastando os visitantes. Empresários do setor hoteleiro e de gastronomia já relatam queixas de turistas sobre o desconforto da viagem.

"O turista busca conforto e experiência. Se a estrada que dá acesso a belezas naturais espetaculares se torna um obstáculo, ele pode simplesmente optar por outro roteiro no futuro ou desistir no meio do caminho. Cada quebra-molas a mais é uma barreira simbólica ao progresso que tanto almejamos", desabafa um empresário do setor de turismo em Tutóia.

A esperança agora é que as prefeituras envolvidas, em conjunto com o governo do estado, realizem um estudo técnico para revisar a necessidade e a padronização de cada quebra-molas na MA 312. A substituição por outros mecanismos de controle de tráfego, como redutores de velocidade ópticos, pardais e as tartaruguinhas são melhores alternativas.

Enquanto isso, o progresso prometido pela nova estrada corre o risco de ficar engarrafado, preso em uma sucessão interminável de lombadas que, em vez de proteger, podem estar impedindo que o desenvolvimento chegue de forma plena aos povoados por onde a via passa.

CAMINHO PARA O FUTURO

Se o objetivo é consolidar a Rota das Emoções como um dos principais destinos turísticos do Brasil, é preciso repensar a estratégia de segurança viária. Educação, fiscalização e infraestrutura inteligente devem caminhar juntas. O progresso não pode ser freado por medidas paliativas que, embora bem-intencionadas, acabam por comprometer o desenvolvimento que a própria estrada prometia trazer.

Camarão afirma que é pré-candidato, mas racha em diretórios municipais podem colocar em xeque candidatura

Sem apoio de 100% dos diretórios municipais, o pré-candidato ao governo do Maranhão e atual vice-governador, Filipe Camarão, pode não conseguir reunir a militância do Partido dos Trabalhadores em torno da sua campanha.
A principal queixa em vários diretórios ouvidos pelo Blog Marcio Maranhão é que Filipe não guarda identidade com a militância e não deu atenção necessária às lideranças populares e movimentos sociais, quanto secretário e vice-governador pelo PT.

O Maranhão é um dos estados mais Lulista do Brasil, também é onde o Partido dos Trabalhadores está bem organizado, com quase a totalidade dos municípios com diretórios municipais. Mas, segundo algumas lideranças, ainda não surgira um nome capaz de reunir toda a militância em torno de si. Nem mesmo nos municípios, onde o PT é forte, têm-se conseguido articulações unificadas.

Em entrevista ao Blog Marcio Maranhão nessa segunda-feira, 20, o vice-governador reafirmou sua intenção em caráter irrevogável de ser candidato. Diz contar com o apoio do diretório nacional e de um grupo que vem crescendo a cada dia, mas, nos bastidores, percebe-se que seu nome não é uma unanimidade na Comissão Provisória Estadual. E nos municípios, onde realmente a campanha acontece e a militância se movimenta, independentemente de governo municipal, haja vista que em 2022 a maioria dos prefeitos fizeram campanha para Bolsonaro e ainda assim Lula ganhou em todas, Camarão precisa convencer que é petista de verdade e é capaz de valorizar o militante lá da ponta, antes de qualquer coisa.

ISOLADOS: Omissão e incompetência da gestão Neto Carvalho obrigam MP a interditar pontes em João Peres

O Ministério Público do Maranhão determinou a interdição imediata das pontes Chico Sabino, Igarapé do Meio e Zoador, localizadas no trecho entre os povoados João Peres e Santa Rosa. A medida, tem caráter emergencial e preventivo, após vistoria da administração, que apontou risco iminente de desabamento das estruturas.

A Recomendação Preventiva nº 000230-264/2021, expedida pela 1ª Promotoria de Justiça de Araioses, sob responsabilidade do promotor John Derrick Barbosa Braúna. O documento destaca o precário estado de conservação das pontes e alerta para possíveis consequências graves à população caso medidas não fossem adotadas.

O problema é que essas pontes, que ficam no povoado João Peres, ligam várias comunidades à sede do município, sem as quais, o acesso de dezenas de famílias a serviços básicos como educação e saúde, já prestados de forma precária, fica quase impossível.
Sem a possibilidade da passagem de ônibus escolar e uma pequena ambulância pela ponte, crianças da ilha Santa Rosa a Algodões devem percorrer distâncias dobradas para chegarem à escola. E, em caso de emergência, a ambulância deve demorar pelo menos o dobro de tempo para chegar.

Tudo isso compromete a qualidade de serviços essenciais e dezenas de famílias que já são submetidas a atendimentos precários, resta mais abandono.

Enquanto isso, a administração que promete Super Parque de Vaquejada Municipal, Aeroporto Internacional e estrada ligando Araioses a Parnaíba pelo Goiabal, não consegue resolver o simples e o básico da população.

Para exemplificar, basta ver a situação das comunidades das Ilhas da Manga e Felão, também afetadas com a interdição das pontes. Essas comunidades sempre usaram como atalho à sede e ao Povoado João Peres, a travessia de barco e canoa pelo Rio Santa Rosa até o povoado Taperas, apenas três quilômetros de Araioses.

Taperas possui uma estrada de chão de 900 metros totalmente intrafegável, ambulância e ônibus escolares corriqueiramente quebram no trecho, que, passado dez meses de administração de Neto Carvalho, não recebeu uma pedra sequer, mesmo estando embaixo do bigode do prefeito.
Sem a estrada, a principal alternativa ficou inviável, restou uma volta impensável pelo povoado Capoeiras e Água Fria.

O Ministério Público reforçou que a negligência na conservação das estruturas pode acarretar riscos graves à população, além de eventual responsabilização administrativa e judicial dos agentes públicos envolvidos, caso ocorra algum acidente por omissão.

Forças de segurança do Maranhão realizam novas prisões em ação contra organizações criminosas

As forças de segurança do Maranhão seguem em atuação firme em toda a Grande Ilha. Na manhã deste sábado (25), equipes da Força Estadual estão nas ruas para cumprir mandados de prisão preventiva expedidos contra alvos de alta periculosidade, investigados por integrarem organizações criminosas envolvidas com o tráfico de drogas e crimes violentos.

As ações ocorrem no âmbito da Operação Captura e se estendem pelos bairros Estiva, Ribeira, Alonso Costa e Pirâmide, com foco no enfraquecimento de grupos criminosos e na prevenção de crimes em São Luís e região.

Durante as primeiras diligências, um dos investigados, conhecido como “Juba”, foi preso no bairro Alonso Costa, em São José de Ribamar. Contra ele havia mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, por participação em facção criminosa com atuação na área.


A mobilização da Força Estadual ocorre em continuidade a uma semana de ações coordenadas entre as forças policiais. Na noite de sexta-feira (24), no âmbito da Operação Impacto, equipes da Polícia Militar realizaram seis prisões, além da apreensão de três armas de fogo, 55 munições, quatro carregadores, dois veículos e entorpecentes variados, entre cocaína, maconha e skank.

Entre as ocorrências, uma ação do 40º Batalhão, no município de Raposa, levou à prisão de quatro suspeitos por porte ilegal de arma de fogo e constituição de milícia privada, entre eles um cabo da Polícia Militar. Com o grupo, foram apreendidas três pistolas e diversas munições.

Os suspeitos e o material apreendido foram apresentados no Plantão do Maiobão, enquanto o policial militar envolvido foi encaminhado ao Comando Geral da Polícia Militar, que adotou as medidas disciplinares internas cabíveis.


Ainda na noite de sexta-feira, as equipes registraram apreensões de drogas nos bairros Jordoa e Cidade Operária, em São Luís. Dois suspeitos foram detidos e conduzidos às delegacias competentes, reforçando a atuação permanente de combate ao tráfico de entorpecentes.

Com os resultados das últimas horas, as ações integradas das forças de segurança já somam mais de 40 prisões nesta semana na Grande Ilha de São Luís, envolvendo investigados por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, atuação em facções e em grupos armados, entre outros.

As ações integram o trabalho conjunto das forças de segurança, que foi intensificado nesta semana com o objetivo de reprimir ações de grupos criminosos e garantir a tranquilidade da população na Grande Ilha. Entre essas ações estão patrulhamento nos bairros, corredores de segurança, barreiras, abordagens a pessoas, veículos e coletivos, inclusive por unidades especializadas, integradas à atividade de inteligência e ao sistema de videomonitoramento.

Em votação de suas contas pela Câmara de Vereadores, Valéria foi surpreendida por quem ela mais estendeu a mão

Por dez votos a favor, dois contra e uma ausência justificada, câmara de vereadores vota parecer do Tribunal de Contas Estadual pela reprovação das contas da ex-prefeita Valéria Leal.
Com a presença de doze vereadores, entre eles Rodrigo da Funerária, trazido à política pelo grupo Leal, além de Oziel, Alex e o mais querido da ex-prefeita; Júlio Cesar, chamou a atenção que os únicos a votarem contra o parecer do TCE foram justamente os vereadores Cesar Machado e Telson Leal, enquanto os demais seguiram o presidente Denys de Miranda, o primeiro a votar e orientar os demais.

A votação revelou mais uma vez o nível de lealdade dos políticos araiosenses. Antes, quando estava no poder e atendia os caprichos dos vereadores, era considerada imaculada e sem defeitos.

Como diz minha mãe: “Bocado comido é bocado esquecido”. Na política e na vida, ninguém tem amigos, e sim interesses.

MAIS UMA ENTREGA COM SUCESSO: Governo Brandão inaugurará nesta segunda MA-006, que liga Tasso Fragoso a Alto Parnaíba

O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), realizará nesta segunda-feira (27), às 9h, na MA-006, KM 94, próximo à entrada da cidade, a entrega de pavimentação asfáltica da rodovia estadual MA-006, que interliga o município de Tasso Fragoso a Alto Parnaíba. O evento contará com a presença do governador Carlos Brandão.

A obra incluiu serviços de conservação, restauração e pavimentação asfáltica da rodovia, com extensão de 90 km. O objetivo é garantir trafegabilidade, segurança e durabilidade ao longo de todo o trecho.

Além disso, foram realizados serviços de drenagem superficial com a construção e desobstrução de sarjetas, bueiros e meio-fio, assegurando o adequado escoamento das águas pluviais.

Com a melhoria do trecho, o Governo do Estado reafirma seu compromisso com a mobilidade e o fortalecimento da infraestrutura rodoviária maranhense.

Serviço
O quê: Entrega de pavimentação asfáltica da rodovia estadual MA-006, que interliga o município de Tasso Fragoso a Alto Parnaíba.

Quando: Dia 27 (segunda-feira), às 9h.

Onde: MA-006, KM 94, próximo à entrada da cidade.

Atuação de Luciana pode causar a Neto constrangimento maior do que o atual de Araioses causou à ex: novas eleições

Neto Carvalho, atual gestor de Araioses, encontrou uma verdadeira pedra em seu sapato: a ex-prefeita Luciana Trinta. São tantos indícios de corrupção em apenas seis meses de administração de Neto, apontados por Luciana, que nem um outro município do país conseguiu, por mais esforço que se tenha feito, superar tal marca, em tão pouco tempo.

Neto, político metido a coronel do município de Magalhães de Almeida, manda e desmanda com mãos de ferro por décadas o município vizinho, sem oposição organizada, inteligente e articulada, ficou tão à vontade por várias administrações, que resolveu expandir seu poderio aos limites de São Bernardo e Santa Quitéria.

Por encontrar os referidos municípios cansados de outras administrações que detinham o poder em um ciclo familiar, conseguiu, com muito custo, mas pouco sacrifício, tomar o poder em uma disputa meramente econômica com os grupos políticos locais.

Objetivo alcançado, mas a ganância do grupo Carvalho era por quem tinha cofres mais recheados e potenciais inesgotáveis, sob todos os prismas...
Araioses, com 31.992 eleitores aptos a votar, se distancia de Santa Quitéria com seus 21.065 e São Bernardo com 21.804. Mas Neto, acostumado com Magalhães e seus 12.095 eleitores, imaginou que Araioses, a viúva novinha e enxuta do Baixo-Parnaíba, seria fácil de domar.

Logo Araioses, acostumada a afundar carreiras políticas que eram verdadeiros cases de sucesso.

Que o diga, o lendário e saudoso Zé Tude, que acabou preso, Pedro Henrique e Cristino, que disputarão pela eternidade o título de pior prefeito de Araioses.

Manim Leal, certa vez, em lapso de sabedoria, declarou: 'Se tivesse permanecido em Santa Quitéria e expandido em direção contrária a Araioses, hoje ainda seria rei.'

Neto conseguiu tirar Luciana Trinta da prefeitura, mas não a derrubou do salto. Ele, que tem teto de vidro, deveria ter mais cuidado se um dia ela resolver tirá-los e arremessar na direção dele.

Em seis meses, Neto gastou 90 milhões deixados em caixa. E já endividou o município para as próximas gerações. Abarrotou a folha de pagamentos com dezenas de pessoas de Parnaíba, Santa Quitéria, São Bernardo, Magalhães de Almeida, e sabe lá, mais de onde... Todos com altos salários, enquanto araiosenses possuem vencimentos atrasados, sem falar das inúmeras denúncias de rachadinha solidária, onde um salário paga dois empregados.

Neto, que conseguiu uma liminar na última hora antes do prazo para registro de candidatura, está em corda bamba todos os dias. Basta uma denúncia ser levada a sério pelas autoridades para todo o castelo desmoronar.

Não à toa, Neto não tem dado um pio contra tudo o que Luciana tem dito e feito.

PF prende dupla após sacarem R$ 700 mil em espécie; suspeitos mantêm contratos milionários com prefeituras maranhenses

Suspeitos foram detidos ao sacar R$ 700 mil em espécie; contratos milionários com prefeituras do Maranhão e verbas da educação estão sob investigação
São Luís/MA – A Polícia Federal prendeu, em flagrante, na tarde de ontem, sexta-feira (24), duas pessoas pelo crime de lavagem de dinheiro, após serem flagradas sacando R$ 700 mil em espécie, em uma agência bancária localizada no município de Zé Doca/MA.

Durante as diligências, os policiais identificaram que os envolvidos mantinham contratos milionários com prefeituras maranhenses, alguns deles envolvendo verbas federais destinadas à educação, apesar de não possuir estrutura operacional compatível com o volume de recursos movimentados.

No momento da abordagem, os suspeitos apresentaram versões contraditórias sobre a origem e destinação do dinheiro, alegando inicialmente tratar-se de valores provenientes de financiamento bancário. Diante das inconsistências e dos fortes indícios de ocultação da origem ilícita dos recursos, foi dada voz de prisão em flagrante aos envolvidos.
O valor em espécie e os dispositivos eletrônicos apreendidos serão encaminhados para análise pericial e rastreamento financeiro, com o objetivo de identificar eventuais desvios de recursos públicos e outros participantes do esquema criminoso.

Os detidos foram encaminhados ao sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

O Blog Marcio Maranhão agora está no Instagram! Mais notícias, mais Interação, mais transparência para o Baixo Parnaíba

Araioses–MA – É com entusiasmo que o Blog Marcio Maranhão, o portal de notícias de Araioses e da região do Baixo Parnaíba, anuncia uma importante novidade para os nossos leitores e o público em geral: agora estamos também no Instagram!

A chegada do Blog Marcio Maranhão a esta plataforma de mídia social marca um novo capítulo na nossa missão de levar informação relevante, independente e de qualidade a todos. Esta expansão representa um passo crucial para ampliar o alcance das nossas notícias e fortalecer o diálogo com a comunidade.

O que significa essa chegada ao Instagram?
Estar no Instagram significa mais do que apenas ter um novo perfil. Significa:
  1. Agilidade e Proximidade: Poderemos compartilhar as notícias de última hora, destaques e coberturas especiais de forma mais rápida e visual, diretamente na palma da sua mão.
  2. Interatividade Aumentada: O Instagram é uma plataforma de engajamento. Agora, teremos mais um canal para ouvir você, receber sugestões, pautas e, principalmente, debater os temas que impactam a vida no Baixo Parnaíba.
  3. Transparência em Foco: Utilizaremos o poder visual da plataforma para mostrar, de maneira clara e objetiva, os fatos e as denúncias de corrupção e falta de transparência, mantendo o nosso foco na fiscalização do poder público.

A Importância da Presença Digital do Blog
Para quem acompanha o nosso trabalho, sabe que o Blog Marcio Maranhão, fundado em 2011, nasceu de uma motivação forte e inegociável: a independência jornalística e o compromisso com a denúncia.

Seu autor, o jornalista, professor de história e advogado maranhense Marcio Maranhão, araiosense nato da década de 80, traz consigo uma trajetória de dedicação à comunicação que começou precocemente, aos 14 anos, no rádio, e que o levou a atuar em diversas emissoras, na TV e na imprensa escrita.

A decisão de criar o Blog, em 2011, foi um ato de coragem e princípio, motivado por um fato que ele considerou injusto e persecutório a um colega da imprensa araiosense. Impedido de tratar do assunto na emissora em que trabalhava por razões político-ideológicas dos proprietários, Marcio Maranhão resolveu criar seu próprio espaço, livre de amarras.

Mais de uma década depois, o Blog Marcio Maranhão consolida-se como um farol de informação crítica e transparente na região. Chegar ao Instagram reforça este compromisso, garantindo que a nossa voz – e a voz da comunidade que busca justiça e clareza – chegue a um público cada vez maior e mais diversificado.

Siga-nos agora no Instagram! Junte-se a nós nesta nova fase e continue acompanhando as notícias, os bastidores e as denúncias que movem a nossa região.

SERVIÇO:
  • O que: O Blog Marcio Maranhão agora está no Instagram
  • Onde seguir: @blogmarciomaranhao
  • Compromisso: Informação independente, denúncia de corrupção e transparência no Baixo Parnaíba.

ILHA DO CAJU: Intercept Brasil em documentário escancara atuação criminosa e omissão de autoridades em Araioses

O PESCADOR LEANDRO DOS SANTOS APRENDEU AINDA CRIANÇA que a Ilha do Caju, no município de Araioses, no Maranhão, seria uma terra particular, mas isso nunca o impediu de frequentar as praias, igarapés e mangues do local. Os cursos d’água no entorno da ilha são fonte de renda e alimentação para ele e cerca de 2 mil famílias de catadores e pescadores. “É o lugar onde tem mais caranguejo e peixe”, conta.

A questão é que agora o Caju deixou de ser uma área pública privatizada e se tornou uma “private island”, termo em inglês que tem o mesmo significado, mas mudou o acesso dos pescadores e catadores ao território. No local, está previsto ser erguida uma pousada de luxo que se diz sustentável apenas porque tem um projeto de captura de carbono associado a ela, o que na verdade representa mais um risco a quem depende da ilha como sustento.

Em 2022, a União e a empresa Ilha do Caju LTDA, ligada ao empresário sueco Jimmy Furland e sua esposa, a ex-modelo cearense Natália Furland, assinaram um contrato de aforamento para ter o direito de uso da ilha.

O casal é dono do primeiro hotel de “pós-luxo” do Brasil – essa expressão se refere ao mercado em que produções e costumes de povos e comunidades tradicionais são apropriados por empresários e oferecidos a preço de ouro, a título de “experiência” e “exclusividade”, a clientes endinheirados. Agora, os Furland querem erguer ali uma pousada com até 50 leitos.

A empresa deles só tem direito a usar 252 hectares dos cerca de nove mil que compõem a Ilha do Caju, mas está ignorando os termos do contrato de aforamento. Sob a justificativa de preservação ambiental, a empresa ambiciona instalar um projeto de descarbonização que deve incidir em 8.500 hectares da ilha e está proibindo catadores e pescadores, segundo relatos deles, de frequentar e trabalhar nos cursos d’água do Caju.
Ilha do Caju tem 9 mil hectares, mas contrato de aforamento com a União só dá direito a uso de 252 hectares, diz a SPU. (Foto: Pablo Monteiro/Intercept Brasil)
O projeto de captura de carbono, chamado Blue Carbon – Carbono Azul – prevê a preservação de ambientes marinhos e costeiros, vinculado ao hotel. A transnacional Ambipar, com sede em São Paulo, foi contratada pela hoteleira para a execução.
“Na reunião que tivemos com a empresa de crédito de carbono, eles falaram muito que lá era uma área que não era frequentada por ninguém, que não tinha cata e nem pesca. Eu falei tem, a galera cata lá há muito tempo”, conta Santos.
Os pescadores e catadores de caranguejo e ostra relatam que estão sendo proibidos por seguranças armados de exercer seu ofício em áreas de igarapé, mangue e praia. Segundo as denúncias, os seguranças ameaçam os trabalhadores dizendo que serão presos e terão os produtos da pesca retidos. Em abordagem este ano, um dos nativos afirmou que teve caranguejos levados pelos seguranças; outro disse que precisou deitar na lama para se esconder. Os relatos estão na ata de uma reunião realizada em fevereiro deste ano pela AmarDelta, a Associação Mãe das Associações da Reserva Extrativista Marinha do Delta.

A Superintendência do Patrimônio da União no Maranhão, vinculada ao governo federal, ressaltou que o contrato de aforamento, além de se restringir a 252 hectares da ilha, não contempla as praias, manguezais, igarapés e apicuns, que são “bens de uso comum do povo”.
“Qualquer tipo de proibição imposta a moradores das comunidades tradicionais para o uso tradicional dos recursos da ilha é ilegal e se baseia numa falsa ideia de que a ilha é uma propriedade privada”, explica o defensor público federal no Maranhão Yuri Costa.
De acordo com Costa, a Lei 7.661 de 1988, que trata do plano de gerenciamento costeiro, garante o livre acesso às praias. O próprio Código Florestal protege os manguezais, áreas de preservação permanente determinando que o uso seja coletivo e regulado pelo poder público, mas não pela vontade particular.
“Se houver proibição, há violação de leis patrimoniais e ambientais. E se houver uso de seguranças armados para impedir esse uso comum, há a configuração de crime de constrangimento ilegal previsto no Código Penal”, acrescenta Costa.
Ambipar e Ilha do Caju LTDA não comentaram as denúncias de violência contra pescadores e catadores e nem a privatização de áreas públicas. Também não informaram qual das duas contratou a empresa onde trabalham os seguranças que estariam perseguindo os pescadores e catadores.

A Ilha do Caju LTDA, que se refere à Ilha do Caju como um “ilha privada”, afirmou que “as demandas da comunidade local estão sendo cuidadosamente consideradas pela equipe responsável, com a implementação de ações concretas sempre que possível”.
Apesar de a ilha ser da União, empresa que tem direito de uso de parte da área instalou placas afirmando que a propriedade é particular. (Foto: Pablo Monteiro/Intercept Brasil)
Já a Ambipar disse que sua contratação refere-se apenas ao desenvolvimento do projeto Carbono Azul, e não tem nenhuma outra atividade no local. A empresa informou ainda que o projeto está em fase preliminar de estudos técnicos e viabilidade, mas não respondeu que fase é esta, tampouco qual o cronograma estabelecido para as atividades.

A construção do hotel também está em fase inicial de estudos, informou a Ilha do Caju LTDA.

Pescadores e catadores dizem nunca ter sido ouvidos
Os pescadores e catadores proibidos de usar áreas públicas da União vivem em comunidades da Reserva Extrativista Marinha do Delta do Parnaíba, no entorno da Ilha do Caju. A ilha faz divisa com Parnaíba, no Piauí, e não é parte da reserva, mas está inserida na Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba.

Em meados de outubro de 2024, a Ambipar enviou um ofício à AmarDelta, a Associação Mãe das Associações da Reserva Extrativista Marinha do Delta, convocando para a “realização da Consulta Prévia do Projeto de Blue Carbon Ilha do Caju” no dia 6 de novembro. “A Consulta Prévia tem previsão de duração de 01 hora”, diz o documento.

Outro documento apresentado à associação pela empresa foi um formulário de “Declaração de participação em projeto e autorização para mapeamento de informações”. No formulário, os representantes de comunidades deveriam declarar se tinham ou não interesse em participar do projeto Carbono Azul, e se autorizavam ou não a realização de mapeamento de informações na região.
Pescadores dizem ter sido abordados por empresa responsável pelo projeto de captura de carbono, mas prerrogativa de consulta prévia é do poder público. (Foto: Ingrid Barros/Interecept Brasil)
“O mapeamento de informações será realizado com o objetivo de identificar as necessidades e potencialidades da comunidade para o desenvolvimento de propostas de atividades vinculadas ao Projeto de Blue Carbon Ilha do Caju”, diz o documento.
Para a instalação de projetos como o previsto pela Ambipar, a empresa precisa realizar a chamada consulta prévia, livre e informada, uma obrigação legal prevista pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, a OIT. A consulta deve ser realizada sempre que povos e comunidades tradicionais – como as comunidades pesqueiras – tiverem seus modos de vida impactados por empreendimentos ou ações administrativas.

No entanto, a prerrogativa de realizar a consulta é do poder público, e não de empresas privadas.
“Uma empresa privada, mesmo que seja empreendedora do projeto que pode afetar uma comunidade tradicional, não pode realizar, de maneira autônoma e independente, a consulta prévia. Essa atribuição de conduzir e garantir a consulta prévia é sempre do estado. A participação do empreendedor na consulta é fundamental no sentido de prestar informações sobre o empreendimento, mas não guiando o processo”, afirmou Costa.
A consulta, segundo o defensor público, deve respeitar o formato proposto e construído pela própria comunidade tradicional, e isso inclui o direito de decidirem quais atores participarão do processo.
“Eles só tiveram uma reunião com a gente. Apresentaram o projeto e perguntaram se aquela reunião podia servir para isso [consulta prévia], e eu disse que não. Depois começaram as coisas [perseguições] e a gente não conseguiu mais se entender com eles”, conta Santos, que é vice-presidente da AmarDelta e nasceu na comunidade do Torto, na Resex.
A liderança disse que durante a apresentação do projeto Carbono Azul, no ano passado, o representante da Ambipar afirmou que a região seria 100% preservada, e que “ninguém poderia mais tocar”. Se o projeto Carbono Azul for implementado, a previsão é que dure 40 anos.

Em um dos documentos aos quais o Intercept Brasil teve acesso, fica explícita a proposta de restrição do uso da ilha pelas comunidades do entorno a situação pontuais. “A Ilha do Caju, sendo uma propriedade privada com atividades de conservação ambiental e turismo ecológico, pode ter uma relação direta ou indireta com essas comunidades. (…) Os moradores dessas localidades podem ter acesso eventual ou sazonal à Ilha do Caju para fins de pesca, coleta de recursos ou trabalho temporário no turismo”, diz o documento.

Para os pescadores e catadores da região, o uso das praias, mangues e igarapés da Ilha do Caju é diário, e não eventual ou sazonal. O território é usado há gerações como principal fonte de subsistência e renda das comunidades locais e do entorno. Hoje, cerca de 2 mil famílias dependem dos igarapés e mangues da ilha para sobreviver. Algumas chegavam de outros municípios e acampavam nas praias na ilha, segundo relato dos pescadores, durante pescas mais longas, o que também foi limitado.
A localização dos 252 hectares no mapa não corresponde, necessariamente, à área atualmente aforada. Trata-se apenas de uma projeção comparativa entre o tamanho da área aforada (252 ha) e o tamanho total da Ilha do Caju (9 mil ha). Na área onde está a projeção existem algumas construções de alvenaria, painéis solares e estradas. A SPU não enviou as coordenadas geográficas da delimitação exata dos 252 hectares aforados. As coordenadas da delimitação total da Ilha do Caju encontram-se no Sigef, Sistema de Gestão Fundiária desenvolvido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, para gestão de informações fundiárias do meio rural brasileiro.
Por e-mail, a Ambipar afirmou que a implantação de atividades sustentáveis pelo projeto deve “proporcionar benefícios positivos não somente para o clima, mas também à biodiversidade e às comunidades locais”. A transnacional não detalhou atividades e benefícios previstos. As empresas tampouco responderam à pergunta sobre realização da consulta prévia.

Procuramos o Ibama, ICMBio e SPU, e os ofícios de meio ambiente e de povos e comunidades tradicionais do Ministério Público Federal no Maranhão. Nenhum dos órgãos estava sabendo da construção da pousada e da implementação do projeto Carbono Azul na Ilha do Caju.

Empreendimento ainda sem licenciamento
Apesar de ser uma ilha de domínio federal, a legislação estabelece que em Áreas de Proteção Ambiental, como é o caso da Ilha do Caju, a expedição de licenças ambientais cabe aos órgãos estaduais.

A empresa Ilha do Caju LTDA afirmou que está dispensada do licenciamento pela Portaria 123/2015, da Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, a Sema. O artigo quarto da portaria exime de licenciamento hotéis e pousadas com até 50 leitos “em razão de seu potencial poluidor/degradador reduzido”.

A Sema do Maranhão informou que o potencial de impacto reduzido deve ser comprovado para dispensar o licenciamento. O órgão disse ainda que o requerimento de dispensa da Ilha do Caju LTDA está em análise, já que “foram identificadas pendências técnicas que precisam ser sanadas pelo empreendedor”.

Entre as pendências estão a anuência da Superintendência do Patrimônio da União no Maranhão, a SPU, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio; projeto de esgotamento sanitário aprovado pela concessionária local; projeto de implantação das estruturas, com informações detalhadas sobre o tipo de esgotamento sanitário, e informação sobre a eventual construção de novas edificações.

‘Eles só tiveram uma reunião com a gente. Apresentaram o projeto e perguntaram se aquela reunião podia servir para isso [consulta prévia], e eu disse que não.’

Até o momento não houve emissão de nenhuma autorização, de acordo com a Sema.

A Ilha do Caju LTDA informou que já conta com alvará de funcionamento e certidão de uso e ocupação do solo para a construção de imóvel em área de quase 1,2 mil metros quadrados. Os dois documentos foram expedidos este ano pela prefeitura de Araioses, Maranhão. O Intercept procurou a prefeitura de Araioses, mas não teve retorno.

Donos vendem luxo contemplativo
O sueco Jimmy Furland e sua esposa Natália Furland, natural de Fortaleza, já são donos do Hotel Casana, um empreendimento de pós-luxo na praia do Preá, município de Cruz, no Ceará. O hotel oferece apenas sete bangalôs, sendo duas suítes com piscina.

A diária mais barata no Casana sai por quase R$ 7 mil. A mais cara, mais de R$ 12 mil.
Outro empreendimenro do casal Furland fica no Ceará e tem diárias que chegam a R$ 12 mil. (Foto: Site do Hotel Casana)
O propósito dos empresários é replicar a ideia na Ilha do Caju, transformando o território “em um destino de ecoturismo sustentável, voltado à contemplação da natureza e à conscientização e preservação ecológica”.

Pelo contrato de aforamento com a União, os empresários pagam a bagatela de R$ 907,06 por ano, de acordo com valor de 2024 informado pela SPU.

O casal Furland não disse quanto pagou aos antigos donos pela transferência de titularidade da ilha e pelas benfeitorias já existentes no local. Por imagens de satélite, é possível ver um trapiche, estradas de terra, pelo menos dez construções de alvenaria de diferentes tamanhos e um conjunto de painéis solares. Tudo isso em cerca de 70 hectares.

Pesquisa em sites de imobiliárias apontam que os valores do metro quadrado de uma ilha podem variar bastante na região.

No município de Humberto de Campos, no Maranhão, a cerca de 170 km em linha reta da Ilha do Caju, uma ilha de 1,76 milhão de metros quadrados está à venda por R$ 7 milhões. Esse tamanho equivale a menos de 2% da Ilha do Caju, que tem 90 milhões de metros quadrados.

Outra ilha no mesmo município, com 35 milhões de metros quadrados, custa cerca de R$ 60 milhões. Na primeira, o valor do metro quadrado é de R$ 4; o da segunda é R$ 1,7.

Se fosse vendida pelo valor mais baixo do metro quadrado apurado, a Ilha do Caju sairia por R$ 153 milhões. Pelo valor mais alto, R$ 360 milhões.

Segundo a corretora de uma imobiliária de São Luís, capital maranhense, não é possível estabelecer um preço médio do metro quadrado das ilhas. O valor é estabelecido a partir do tamanho, localização, infraestrutura existente e documentação das terras.

Empresa é vinculada a infração ambiental
A Ambipar, a responsável por tocar o projeto de carbono azul, é uma das maiores empresas do país no ramo de soluções ambientais. Seu dono, Tércio Borlenghi Junior, ficou bilionário oferecendo projetos de gestão de resíduos, reciclagem, locação de equipamentos, pesquisa, entre outros, para empresas em mais de 40 países.

Em 2024, a empresa fechou contratos de quase meio bilhão de reais com o governo federal para serviços logísticos que envolvem gestão ambiental. No início de 2025, o Ministério dos Povos Indígenas assinou um protocolo de intenções com a Ambipar para a realização de projetos de conservação e recuperação ambiental, prevenção a eventos extremos, como incêndios e enchentes, e outros serviços.
Atividade da cata de caranguejo é uma das mais presentes na região. Seguranças teriam pego cordas de caranguejo dos catadores. (Foto: Ingrid Barros/Intercept Brasil)
Em maio deste ano, Borlenghi Junior assinou acordo de cooperação técnica de dois anos com o Supremo Tribunal Federal, o STF, para compensar integralmente as emissões de gases de efeito estufa associadas às atividades do Supremo em Brasília.

Na mão oposta dos serviços que oferece, a Ambipar acumula mais de R$ 22 milhões em multas ambientais registradas em 2024 pelo Ibama. Apuração do site Metrópoles apontou que a Ambipar foi contratada pela Petrobras para implementar monitoramento de praias em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e Aracruz, no Espírito Santo, mas não cumpriu suas obrigações.

Na ocasião, a Ambipar informou que o Ibama cancelaria as multas por falta de comprovação das irregularidades, e que aguardava julgamento do órgão colegiado. Em outubro, as multas continuavam ativas no site do órgão federal.

Menos conhecida que a Ambipar, a Nutripetro é outra empresa de Tércio Borlenghi Junior. Trata-se da personalidade jurídica de um porto que o empresário tentou implantar em 2014 no bairro de Barra do Riacho, em Aracruz, no Espírito Santo.

Entre as funções do porto descritas no Relatório de Impacto Ambiental, estava auxiliar operações de petróleo e gás em plataformas marítimas afastadas da costa.

Pescadores da região potencialmente impactados pelo empreendimento denunciaram ao Ibama e aos Ministérios Público Federal e Estadual a devastação que seria causada pelo porto aos manguezais, animais marinhos e a cerca de 400 pescadores e suas famílias, que perderiam suas casas e sustento.

Para adequar a construção do porto, a prefeitura de Aracruz mudou o zoneamento de Barra do Riacho de residencial para portuário. Um abaixo assinado anexado ao projeto de lei a favor da alteração trazia assinaturas falsas e de menores de idade, segundo Ministério Público do Espírito Santo.

O porto de Borlenghi Junior foi barrado pelo Ibama pelos seus impactos à Terra Indígena Comboios e à vida marinha na região. Na Junta Comercial do Espírito Santo, a Nutripetro segue com registro ativo e capital social de mais de R$ 50 milhões.

Ilha está nas mãos de estrangeiros há décadas
A Ilha do Caju está nas mãos de estrangeiros e seus familiares há mais de meio século. O primeiro contrato de aforamento da Ilha do Caju de que se tem registro foi assinado em dezembro de 1950, e durou quase 72 anos. O proprietário era o empresário inglês James Frederick Clark, que em 1869 se estabeleceu na cidade de Parnaíba, no Piauí.

Ao longo das décadas, a ilha e a fazenda de gado criada nela foram administradas pelos descendentes do empresário, até chegar à sua bisneta Ingrid Clark. Em 2022, ela vendeu a propriedade ao casal Jimmy e Natália Furland.
O primeiro contrato de aforamento da Ilha do Caju foi assinado em dezembro de 1950, e durou quase 72 anos. (Foto: Ingrid Barros/Intercept Brasil)
Em uma edição de 1996 do Globo Repórter sobre o Delta do Parnaíba, Ingrid aparece falando sobre a preservação da Ilha do Caju. A fazenda da família foi transformada em pousada para turismo ecológico.

O programa mostra que, já naquela época, com o argumento da preservação ambiental, os nativos eram proibidos de usar a ilha para seu sustento. “Os velhos moradores da ilha são proibidos de derrubar áreas verdes para plantar suas roças. Por isso, alguns já foram embora”, narra a repórter Isabela Assumpção.

O agricultor Francisco Batista da Costa, entrevistado pela jornalista na época, afirmou que se não tivesse aposentadoria, estaria morto.

Durante reunião no início do ano para ouvir as denúncias dos pescadores, a AmarDelta registrou que os nativos mais velhos narram abordagens violentas de funcionários dos antigos proprietários, que furavam canoas ancoradas nas praias da ilha e chutavam as panelas onde os pescadores preparavam comida durante os dias de pesca.
“Dentro dessa dinâmica do [projeto] carbono azul, tudo tem carbono. Então não pode pegar caranguejo porque tem carbono, não pode mexer no manguezal porque tem carbono. Tudo tem que ficar intocável. Você reduz a natureza ao carbono, e reduz todos os demais ciclos biológicos que acontecem ali”, diz Luciano Galeno, agente do Conselho Pastoral dos Pescadores no Piauí. Para ele, se a região está preservada, é porque os pescadores e catadores fazem o uso sustentável dos recursos.
Preservação é ancorada em conflitos
Projetos como o Carbono Azul prometem preservar ecossistemas e evitar o aumento da temperatura no planeta, causado pela emissão excessiva de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono.

Eles alegam evitar o desmatamento e, com isso, garantir a absorção de dióxido de carbono da atmosfera pelas florestas em pé. Assim, empresas como a Ambipar transformam o carbono retido em créditos, que depois são vendidos a outras empresas.
Pescadores e catadores dizem que empresa estaria utilizando seguranças armados e drones para vigiar a ilha e impedir o trabalho deles. (Foto: Ingrid Barros/Intercept Brasil)
É o chamado mercado de carbono, onde uma tonelada de dióxido de carbono equivale a um crédito.

Em geral, as empresas que compram os créditos são grandes poluidoras, como companhias aéreas, por exemplo. Ao comprar os créditos do carbono estocado em florestas ou mangues preservados, a companhia aérea não reduz suas emissões de dióxido de carbono, já que continua queimando a mesma quantidade de combustível nas suas operações. O que ela faz é pagar à vendedora do crédito para compensar sua poluição, e não evitá-la.
“Ou seja, o excesso de emissões de uma empresa pode ser ‘anulado’ pela compra de créditos de outra, permitindo que empresas sigam poluindo enquanto declaram a chamada ‘neutralidade climática’”, explicam a pesquisadora e professora Fabrina Furtado, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e o economista Gabriel Strautman, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no artigo “O direito de poluir como política climática”.
O Intercept já publicou duas reportagens mostrando como esse tipo de empreendimento vem causando conflitos em territórios de povos e comunidades tradicionais no Maranhão e Pará.

Para Andrei Cornetta, pesquisador e professor do Instituto Federal de São Paulo, o IFSP, a expulsão de comunidades tradicionais dos seus territórios é uma “ironia cruel” do modelo de preservação ancorado no comércio de créditos de carbono.
“Quando uma árvore ou um hectare de floresta se torna créditos compensatórios de emissões de gases de efeito estufa, ele deixa de ser parte de um ecossistema integrado ao modo de vida de comunidades cujos territórios são marcados pela presença de florestas”, diz o pesquisador, autor do estudo “Políticas climáticas e desdobramentos territoriais no estado do Maranhão: diagnóstico sobre projetos de carbono florestal – REDD+ Jurisdicional”, ainda inédito.
‘Quem sempre foi o guardião é recategorizado como uma ameaça, um ‘inimigo’ do ativo ambiental, para garantir a ‘credibilidade’ desse novo mercado.’

Cornetta ressalta que as práticas tradicionais de manejo, que são adaptativas e sustentáveis, são reinterpretadas por essa lógica financeira como risco ou degradação. “O agroextrativismo, a roça de coivara, o uso da madeira para construção – atividades que foram essenciais para a conservação dessa paisagem – passam a ser vistas como um problema”, analisa.

O valor do território apropriado pelas empresas foi construído pelo trabalho histórico de preservação das comunidades como as do pescador Leandro dos Santos, que depois são isoladas desse mesmo território pelas empresas, explica o pesquisador.
“Quem sempre foi o guardião é recategorizado como uma ameaça, um ‘inimigo’ do ativo ambiental, para garantir a “credibilidade” desse novo mercado”.
O site Carbon Violence – Violência do Carbono, em tradução livre –, mapeia diferentes violações cometidas na execução de projetos de carbono ao redor do mundo. Outra iniciativa que investiga essas atividades é o Carbono Turvo, plataforma que tenta driblar a falta de transparência do setor ao pesquisar, compilar e apresentar dados sobre projetos de carbono na Colômbia, Brasil e Peru.

Perguntamos à Ambipar qual a previsão de créditos de carbono a serem vendidos com o projeto Carbono Azul na Ilha do Caju, por quanto, para quem seriam vendidos e quem faria a venda. A empresa não respondeu.

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